quarta-feira, 31 de outubro de 2012

SPFW: último dia


“SPFW termina com o tropical internacional da Forum”

Olá leitores, tudo bem com vocês? Chegamos a mais um final dessa mini - temporada de moda, a partir de 2013 o calendário será modificado e teremos as duas temporadas de costume, mas confesso a vocês que amei esses três dias intensos de muito trabalho e diversão, vi coisas lindas e outras mais ou menos ou até cafonas, mas é SPFW né? Vamos aos destaques de hoje!

            O dia começou nos jardins com o desfile externo de Gloria Coelho na casa Electrolux, eu fui assistir e digo a vocês que a escolha de ambiente e a coleção estavam perfeitas, baseada na partícula de deus a designer usou muitas transparências e aplicações em casacos, destaque para os maiôs feitos por Adriana Degreas com exclusividade para Gloria Coelho.

            Depois dela houve o desfile feminino de Alexandre Herchcovitch o qual tive o prazer de assistir pela 1° vez, e digo a vocês a coleção estava no mínimo intrigante, enxerguei algumas referências a Christian Dior e a linha corola, porém na visão de Alexandre essas referências apareciam desconstruídas e com um toque punk.

            Como não vi Maria Garcia na passarela, mas fiz o backstage posso dizer que a coleção estava madura e interessante na medida para a mulher de Clô Orozco com destaque aos paletós, o beauty estava incrível também feito por Vanessa Rozan ele traduzia com maestria as roupas clássicas, porém na moda da marca.

            Depois veio o segundo desfile de Vitorino Campos, se no verão já tinha achado a coleção maravilhosa só com a utilização de pretos e brancos dessa vez me apaixonei perdidamente com os prateados, destaque para o beauty certeiro e os acessórios que estavam lindos, é interessante ver que Vitorino muda, mas não esquece seu DNA baseado nos grandes mestres.

            O penúltimo desfile foi de Rodrigo Rosner, se em junho ele viajou e criou uma Hungria extremamente rococó e cafona, nessa vez pelo menos comigo ele se redimiu com sua coleção baseada em ele mesmo caso fosse mulher, é verdade se ele fosse uma mulher se chamaria Maria Carolina, portanto a coleção foi criada para essa mulher, destaque para as calças bordadas com cristais da loja Lasakani.

E por fim encerrando a temporada tivemos a Forum de Marta Ceribelli se no verão ela carregou no tropicalismo para gringo ver, dessa vez houve um acerto, com linhas simples e bem delineadas  a marca soube combinar o tropical com o internacional, destaque para Fernanda Lima que encerrou o desfile em um look vermelho ardente muito elegante e sexy tal qual a mulher Forum.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Resumão SPFW: segundo dia!


"Do samba ao Egito hoje o SPFW dialogou com o mundo"

Olá leitores, e chegamos a mais um resumão da SPFW nesse segundo dia o trabalho aqui começou bem mais tarde a partir das quatro horas com o desfile de João Pimenta que bebendo das fontes festivas desde o verão que foi a Folia de reis, dessa vez apostando no samba ele mostrou uma coleção madura e bem estruturada. Um ponto interessante é que ele não apostou nas saias masculinas quebrando um pouco o hábito e surpreendendo, destaque também a trilha sonora que contou com Filipe Catto cantando marchinhas carnavalescas antigas como Camisa Amarela de Carmen Miranda e Ó abre alas de Chiquinha Gonzaga.

Depois dele o próximo seria Uma de Raquel Davidowicz, porém acabei não indo nesse desfile para ir ao próximo de Samuel Cirnansck eu particularmente estava curioso já que o desfile de verão ele exagerou um tanto quanto, porém me surpreendi positivamente com inspiração no Egito ele criou uma mulher moderna, rica e além de tudo sexy abusando de brilhos e rendas ele mostrou que a moda festa é over, divertida e com múltiplas facetas, destaco o vestido dourado que abriu o desfile! Uma peça incrível que eu particularmente adorei.

Depois do Egito veio o teatral Lino Villaventura, como sempre não entendi muito bem a coleção, porém destaco os vestidos de noite que se utilizou de organza amassada criando um efeito interessante a ser fotografado e visto pelos presentes, e por fim chegamos ao último desfile da Colcci o qual mais uma vez infelizmente não assisti, mas pelas fotos que vi não foi nada de novidade sabe a moda feijão com arroz? Então isso a colcci faz muito bem.

Amanhã é o último dia da mini temporada de moda inverno 2013, com o desfile externo de Glória Coelho e aqui no Villa tem Alexandre Herchcovitch, Rodrigo Rosner, Forum,  e Maria Garcia. Quanto a Glória acredito que nessa estação não irei vê-la já que o desfile será na Casa Electrolux, porém para os outros desfiles estarei aqui firme e forte.
Portanto até amanhã com o último dia...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SPFW: Inverno 2013 dia 1



          Olá leitores, tudo bem vamos ao resumo do 1° dia de SPFW. Bem primeiro peguei um transito enorme para chegar ao parque Villa Lobos nunca vi, mas tudo bem uma vez devidamente credenciado aguardei Erika Masckiewic  para almoçarmos já que o 1° desfile da Osklen seria externo na Galeria Zipper, Vivian Whiteman foi e assim que a crítica dela sair posto o link aqui posteriormente nos prepararmos para assistir Ronaldo Fraga o 1° desfile da tarde no Villa Lobos, bem a apresentação da coleção dele foi OK nada muito luxuriante ou diferente como no verão onde ele bebeu da cultura do Pará, mas essa semana vou ler com mais atenção o release da marca para criar um texto completo e com embasamento se é que vocês me entendem. Depois veio a coleção de Helô Rocha da Têca bebendo de fontes inglesas, para mim o ponto alto foram os conjuntos de matelassê e alguns casacos com ombros bem estruturados que desenhavam uma interessante silhueta.

            E por fim nesse 1° bloco de desfiles veio Fause Haten com suas peruas indigestas, digo isso, pois os 1°s dois looks da coleção estavam interessantes, porém no meio do caminho havia uma pedra que descambou para a cafonisse pura e simplesmente, além de que faltou conceito na coleção do pobre estilista já que as peças pareciam misturadas de uma maneira cafona e sem conexão. Se Fause carregou na cafonice em suas roupas de perua o mesmo não ocorreu com Tufi Duek, depois de um verão sonolento o inverno veio com toques dramáticos diretamente do filme os pássaros de Alfred Hitchcock, virou uma interessante mistura de fetiche com história para isso foi usado muito couro e penas dando um aspecto sexy e misterioso.

          Após Tufi Duek houve Triton cuja coleção eu não vi, porém estive presente no desfile da Ellus o ultimo do dia que veio com muito jeans e cinturas marcadas para as mulheres e para os homens muitos casacos pesados e até um poncho unisex, nessa estação a ellus caprichou eu mesmo não tinha gostado da coleção de verão porém na de inverno acertaram os ponteiros, bebendo da fonte policial com direito a até uma tropa na passarela!

Bem por hoje é só! Até amanhã!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Stylesight apresenta seminário paralelo a SPFW



"Bureau de tendências apresenta o Verão 2013/2014"



            Olá Gente, sei que ainda é meio precoce pensar em verão já que essa semana começará a SPFW de inverno, porém os bureaus de estilo internacionais já estão com o olhar voltado a próxima estação.

            E um deles o Stylesight apresenta na próxima segunda feira todas as tendências que foram vistas internacionalmente para 2013 e as projeções para 2014, com participações de Erika Palomino editora da L'Officiel Brasil e Camila Toledo diretora de tendências do Stylesight o evento será um interessante início de temporada, além disso, é sempre bacana conhecer o que será utilizado no próximo verão não é?

E o melhor de tudo a inscrição é gratuita pelo site do evento mas está sujeita a lotação das salas, portanto corra e garanta seu lugar que esse evento é imperdível.



(Foto retirada do site do evento)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Centro Universitário Belas Artes sedia intercâmbio de moda através das palavras


“Centro Universitário Belas Artes sedia evento paralelo a SPFW”


            Como todos vocês já viram aqui no blog, semana que vem será realizada a SPFW no parque Villa lobos, porém se você não conseguiu convites para alguns dos desfiles dessa temporada não fique triste pois a Belas Artes sedia na semana que vem o evento 1° Coleção Palavras de Moda.

            Esse evento organizado pelas professoras Valeska Nakad e Leila Rabello propõe um interessante intercâmbio e entre escritores e público os fazendo pensar a moda de uma maneira diferente, e também por que não escrever sobre ela. Entre os participantes estão Alexandre Perroca já entrevistado pelo Blog, Mariana Rachel Roncoletta (colaboradora da revista Vogue), José Neto de Faria, Dinah Bueno Pezzolo (colaboradora do Caderno feminino de O Estado de São Paulo) entre outros.

Portanto se não for a SPFW, passe pelo centro universitário Belas Artes que você não irá se arrepender.

1ª Coleção de Palavras de Moda
De 29 a 31 de outubro
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo - Núcleo de Design
Rua José Antônio Coelho, 879 - Vila Mariana
Inscrições para não alunos: 50,00 (Workshops são a parte)


Mesas Indispensáveis na minha opinião

19h30 – Mesa: Mercado de consumo de Moda e Sustentabilidade – Espaço Multiuso
Participantes: Dr. Patrícia Sant’Anna / Me. Stela Politana / Orivan Pavan 
(Marca: Será o Benedito) (29/10)

21h – Palestra: Novo Calendário de Moda do Brasil – 
Impactos e Novas Temporalidades – Espaço Multiuso
Palestrante: André Ribeiro de Barros (29/10)

10h15 - Mesa de debate: Coleção Palavras de Moda - Mercado Editorial – Espaço Multiuso
Palestrantes: Dra. Kathia Castilho, Ma. Leila Rabello e Ma. Valeska Nakad (30/10)

15h - Palestra: “Moda e Arte” - Espaço Multiuso
Palestrante: Dinah Bueno (30/10)





18h – Palestra: “Jornalismo de Moda” – Ateliê de Modelagem
Palestrante: Ledy Valporto Leal (30/10)

19h30 - Mesa de debate: O Mercado da Estética - 
Padrões de Beleza – Espaço Multiuso
Participantes: Dr. Fabio Rigetti, Me. Alexandre Perroca , Maquiador 
e Cabelereiro Carlos Carrasco, Personal Trainer
 Caio Geronymo e Modelo (surpresa) (30/10)



20h– Lançamento do livro “ Styling: Guia Básico” e encontro com a sua autora: 
Silvana Holzmeister –  Espaço Multiuso (31/10)

20h30 – Mesa de debate: Styling – Espaço Multiuso
Palestrantes: Mariana Roncoletta, Silvana Holzmeister, 
José Neto de Faria e Suzy Okamoto (31/10)


(Imagem retirada do Facebook  da organizadora Valeska Nakad)


Pense Moda


Evento que discute a moda chega a sua 6° Edição.


            Olá gente, tudo bem com vocês? Desculpem a falta de atualizações, mas vamos lá, como vocês sabem só posto coisas que os possam auxiliar na construção de uma opinião critica sobre a moda, sejam palestras ou cursos.

            Pois bem dessa vez trago aqui o Pense moda de Camila Yahn (FFW), Barbara Bicudo e Marcelo Jabour esse evento criado em 2007 nada mais é que um ciclo de palestras que visa sempre discutir algo em voga através de convidados internacionais. O interessante do evento é justamente discutir pensamentos e não tendências, pois convenhamos só discutir o temporário é extremamente chato.

            Na edição de 2011 o evento trouxe Arianne Phillips a figurinista de Madonna, em 2007 Nicola Fornichetti quando ele ainda não era figurinista de Lady Gaga, Mariano  Vivanco um fotógrafo famoso no Peru , portanto não é um evento  qualquer e sim bem embasado e pensado.

            Esse ano não se sabe quem serão os convidados, porém as datas e os valores já estão confirmados, portanto agendem-se e não percam esse evento que discute moda de uma maneira diferente e tira a esfera fútil que a permeia.

27 á 29 de Novembro
Horário: Das 19h às 23h
Inscrições: R$ 250,00/dia ou R$ 600,00/3dias. Para estudantes o valor cai para R$ 100,00/dia ou R$ 270,00/3 dias.
Inscrições no Site a partir de 5 de novembro: http://www.pensemoda.com.br
(Foto retirada do site: closet on line)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Por Dentro da Moda: André do Val

"Eu trato blogueiras como um reality-show de TV"


             E depois de um longo tempo voltei com a série de entrevistas que faço com gente interessante e descolada, eu o convidei, pois seu trabalho na área é brilhante e tem uma linguagem ótima tratando a moda de uma maneira despretensiosa como procuro tratar aqui no blog.

            Para quem não conhece, esse rapaz é o editor de uns dos sites mais populares quando se fala de moda o Chic de Glória Kalil além de ter trabalhado com Erika Palomino editando o site e a revista Key, que eu tenho quase todos os exemplares  e com a querida Júlia Petit no site Petiscos. Portanto nada mais pertinente que reativar essa seção com ele que é um gentleman e sabe tudo de moda.

1 – Inicialmente obrigado por ter concedido essa entrevista, agora como começou sua relação com a moda em si? Houve influência de algum familiar?

Oi Rodolfo! Eu tenho uma memória muito forte da minha avó, que tem muitos sapatos e muitas joias, alguns deles ela deixava a gente brincar quando era pequeno. Minha irmã e minhas primas se divertiam muito mais, mas eu tenho esta imagem dela de ser alguém interessada com roupas e com estilo. Fora que é muito comum na minha família, que é muito grande e com muitas mulheres, perguntarmos uns ao outros:  “estou bem?", "isto combina com isto?", então é um exercício que faço desde pequeno, de se vestir com cuidado, de comunicar por meio da roupa...·.

petiscos


2 – Nas minhas pesquisas antes de te entrevistar descobri que você é formado em publicidade pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), com essa formação como analisa a publicidade na área de moda?

Eu me considero mais um profissional de comunicação do que um profissional de moda. Então a transição maior pra mim foi da publicidade para o jornalismo do que para a moda. Mas a publicidade de moda no Brasil é algo ainda em desenvolvimento, né? Das mais antigas eu gosto muito das campanhas de jeans (Dijean, Staroup, Ellus...). Hoje em dia Giovanni Bianco é um dos mais importantes, que eu admiro muito por usar atrizes de novela, porém numa situação de moda. É uma combinação que nem sempre dá muito certo, mas ele faz bem. Acho que o caminho é um pouco este, manter a linguagem de moda, mas usar mulheres que comuniquem com um público maior. A moda brasileira precisa disto, se comunicar melhor com o grande público.

 


3 – Você trabalhou e trabalha com grandes nomes da moda como Erika Palomino, Júlia Petit e Glória Kalil o que você guardou dessas suas experiências para sua vida profissional?

A Gloria minha mentora há mais de 10 anos. Ela não me ensinou só a trabalhar, mas como se portar em várias situações na vida pessoal também. Ela é bastante exigente e isso acaba me puxando pra cima. Fora a experiência industrial e de varejo que ela tem, que é bem diferente deste mundinho de passarela que a gente acaba ficando preso. A Erika foi uma grande escola de jornalismo e a Julia de publicidade, duas áreas que eu tenho tentado cada vez mais fazer conversar aqui no Chic, então tenho dois bons pilares para me sustentar.

4 – no SPECOERA (evento de Chiara Gadaleta) em setembro você participou da mesa moda para todos, acredita que agora em 2012 realmente a moda está para todos?

Não diria para todos, mas com certeza está mais abrangente. Daqui pra frente, vai ser cada vez mais frequente a criação destes novos nichos e acredito que as marcas estão se preparando para atendê-los da forma mais ágil possível. Mas temos que ver também se "todos" querem fazer parte deste sistema de renovação constante que é a moda, né?


5 – Como você enxerga hoje a ascensão dos blogs da área de moda?

Não diria que os blogs estão em ascensão, pelo contrário, acho que estão todos se estabelecendo, depois de um período de excitação em torno deles. Qualquer novidade nesta área de comunicação é válida, é um segmento que, como a moda, vive de renovação. Fora que a linguagem dos blogs acabou pautando os sites maiores e até revistas. Muitos blogs tentaram pegar carona nesta onda, mas agora acho que o momento é de separar o joio do trigo. Agora vai dar pra saber com mais clareza quem vai ficar e quem estava nessa apenas pela euforia da época.

6 - Sei que você deve ter respondido essa pergunta dos blogs diversas vezes, porém digo em questão de conteúdo desses veículos como você analisa?

Como eu analiso os blogs? De novo, acho que eles ajudaram a refrescar a comunicação de moda. Eu trato blogueiras como um reality-show de TV. Elas representam um segmento de moda muito próximo do consumidor final e estas meninas conseguiram falar com o grande público de um modo que nunca havia acontecido. É claro que tem as picaretas, né? Mas acho que o leitor já sabe diferenciar quem presta e quem não.


 7 – Em 2012 houve uma mudança no calendário para aproximar o SPFW e Fashion Rio das semanas de moda internacionais, em sua análise será benéfico? O mercado brasileiro terá tempo hábil para se adaptar a essa nova era?

Uma correção. O SPFW e o Fashion Rio já eram alinhados com as semanas de moda internacionais. Ambos aconteciam antes do primeiro evento, que sempre foi em NY, e agora eles passam a acontecer depois. Este alinhamento mais recente é para aumentar o tempo que a indústria brasileira teria entre o desfile e a chegada da roupa na loja, como acontece no exterior. Aqui este período sempre foi muito curto e é claro que todos vão se beneficiar de um pouco mais de planejamento. O complicado foi este ano, pois como encavalou tudo, com três semanas de moda em um ano, as marcas estão sem dinheiro para fazer desfiles, que é uma ação muito cara. No ano que vem tudo volta ao normal e logo já vão estar todos muito bem acostumados com esta nova realidade.



8 - Acho que vocês jornalistas devem receber vários mimos para “falar” de uma marca, quais as técnicas que vocês usam para driblar esse tipo de coisa, isto é manter a ética na profissão já que muitos profissionais de blog na área de moda tem esse péssimo hábito de esquecê-la por causa de Jabás, como você lida com isso?

A gente não recebe mimo pra falar de uma marca. A gente recebe produtos para serem usados, analisados, avaliados... Talvez mencionados em nossos veículos, até. Mas nunca ninguém me mandou algo pedindo em troca uma reportagem. Conheço pouquíssimos veículos ou jornalistas que trabalham desta maneira, pedindo produtos em troca de uma nota, e nenhum deles está no top cinco. Eu aceito tudo até por que chegam coisas pra mim que eu nem sei de onde veio, mas nunca condicionei isso ao que escrevo. A única gentileza que faço é mencionar a marca caso alguém elogie, ou caso saia em fotos. Por exemplo, tenho um amigo em uma marca mineira que me dá vários tricôs lindos toda vez que vou pra lá. Eu nunca fiz um post sobre isso, mas faço a maior propaganda entre os amigos.

9 - Agora peço que você deixe um recado aos leitores e se possível três dicas para iniciar nessa área de jornalismo de moda.

Jornalismo de moda é gostoso, sim, mas assim que você começa a trabalhar com isso, 70% da imagem que você tem de glamour e sedução vão por água abaixo. É uma profissão, um trabalho como qualquer outro,que requer muita dedicação.

*Leiam bastante, tanto revistas de moda quanto livros de história,
romances, jornais... Textos em moda tendem a ser muito fracos.

*Vão ao cinema, para alimentar o repertório de imagens nas suas
cabeças. Assistam a TV também, ouçam música, consuma cultura... A moda
pela moda não se segura sozinha.

*Viajem bastante, para entender que tudo pode ser visto de outra maneira.

Por fim, procurem por outras áreas mais segmentadas, como economia da
moda, moda masculina, plus size ou infantil. Nem todo mundo senta na
primeira fila, mas o conhecimento especializado pode ser uma maneira
de entrar na redação de grandes revistas ou sites.

Abs e bom fim de semana·. 
(Fotos retiradas de: Trash 80's  ,Come to The Catwalk,Das Bancas ,Petiscos,namidia ,vistuissu e Flickriver: Erika Palomino)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Doisélles: a união do público e privado


“Produto manual é caro por causa das pessoas”


            Olá leitores, sei que estou em falta com o blog, passei meio apertado esses dias com outros compromissos, porém voltei para o post de hoje, era para eu ter postado semana passada, porém surgiu o Line Up da SPFW então dei uma aguardada, pois esse tema é muito interessante, mais recentemente nesse mês a umas duas semanas atrás tive a oportunidade de ir com uma amiga minha na III Feira Têxtil da Faculdade Santa Marcelina onde assisti a uma palestra de Raquell Guimarães proprietária da Doisélles desenho em tricô.

  

            Eu não conhecia o trabalho dessa jovem designer, porém me apaixonei na 1° vista, primeiro por ela ser uma graça de pessoa e segundo por ela fazer um trabalho de inclusão social com detentos de presídios em minas gerais, mas vamos do começo, essa mineira que tricota e faz crochê desde a infância esteve na indústria da moda desde cedo por causa de seu pai proprietário de uma malharia e tecelagem, portanto a escolha de Raquell por essa área foi muito natural já que ela estava no caminho, depois de formada sua coleção de conclusão de curso toda em tricô chamou a atenção da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) que convidou a designer para uma clínica de produto, pois o que ela apresentava era diferenciado e autoral.


   



             Três meses após essa clínica a ABIT a enviou para a feira Who’s Next em Paris onde todo ano são lançados novos talentos no ramo da moda, posteriormente essa feira com um boleto de pedidos cheios aconteceu um impasse já que a designer em ascensão tinha que decidir em qual nicho seu produto estava conectado se era em escala industrial ou manual, nesse momento ela decidiu conectar o seu tricô a uma esfera mais artística e conceitual evitando assim um embate com as fábricas chinesas e seu preço extremamente baixo. Nesse período da palestra foi que Raquell justificou o porquê de ter envergado nesse caminho e o porquê de suas peças serem caras segundo ela “O produto manual é caro por causa das pessoas, pois ela se dá para criação”. Uma roupa como a dela feita toda manualmente demora três dias para ser realizada enquanto uma indústria faz em um dia trezentas peças de tricô através de maquinário, depois de feitas as escolhas e com o talão cheio de pedidos vamos fabricar?

 


            Esse foi o objetivo dela para atender os pedidos, no início era uma confecção bem caseira onde sua mãe a auxiliava costurando, porém com o excesso de pedidos ela precisou procurar mão de obra externa que daria conta dos pedidos, isso não foi fácil pois essa ciência é passada de mãe para filha e por ser algo que já foi comum as pessoas que realizavam muitas vezes eram idosas e aposentadas portanto não havia mão de obra disponível, foi ai que Raquell  pensou em treinar pessoas pois ela sabia e se precisava de mão de obra por que não ensinar? Para isso ela foi até uma penitenciária onde inicialmente ela cogitava aplicar esse projeto para as mulheres que estavam nesse local.

 

            Porém não foi isso que ocorreu por causa da lotação no bloco feminino Raquell foi desenvolver esse projeto no bloco masculino, é estranho pensar em homens tricotando não é?  Mas ela conseguiu educar os rapazes e hoje eles se orgulham em estarem fabricando peças que aparecem nas novelas e em ensaios de moda em revistas, porém a escolha deles não foi ao acaso já que dentro da penitenciaria já existia um núcleo de fabricação de tapetes artesanais, portanto não foi difícil ela explicar a eles as receitas para fazer tricô mas ao mesmo tempo ela os incentivou a terminarem os estudos e se graduarem no ensino médio e fundamental. Com esse projeto instalado houve outra dúvida como seria feito o pagamento? Por remissão de pena ou em dinheiro? Raquell propôs um pagamento acima do piso da LEP (Lei de execuções penais) que é de dois quartos de um salário mínimo, onde os presos seriam remunerados por produção tal qual ocorre em alguns estabelecimentos comerciais.



            Esse trabalho desenvolvido é tão incrível que a própria designer fez um documentário chamado cadeia de produção exibido na ocasião da palestra, onde mescla testemunhos de detentos e dos profissionais que trabalham na penitenciária, nesse documentário aparecem os detentos trabalhando de luvas, toucas e máscaras para proteger a saúde além de evitar que fios de cabelo, por exemplo, caiam nos fios de tricô.

O artesão Carreto, fazendo uma peça de tricô sem nó, técnica inventada pelos próprios trabalhadores.


            Após a exibição foi aberta a rodada de perguntas, entre elas destaco uma em especial que falava do DNA da moda da Doisélles, Raquell afirmou que a marca procura ir contra a ideia de que o artesanal tem que ser necessariamente regionalista para a marca não existe isso já que a roupa tem que ser universal. E a qualidade é um luxo atual, portanto é isso que a marca transmite através de pequenos detalhes como acabamento. Ouve também outra questão sobre como a designer encarava a criação, para ela a criação é nada mais nada menos que uma ponte em constante trânsito de ideias e desejos.

Crystal Kay, na capa do álbum Superman, usando uma peça feita por Adenílson de Jesus, presidiário em Juiz de Fora e artesão em tricô.


            Além disso, para Raquell o trabalho que ela desenvolve com a população carcerária tem um poder transformador por evita que essas pessoas voltem a cometer delitos deixo aqui uma frase que sintetiza toda a explanação dela:

“Se o Privado se unir ao público é possível montar uma sociedade mais  justa”    Raquell Guimarães, Outubro de 2012.


(Trailer do Documentário: Cadeia de Produção), (Fotos retiradas do facebook e blog da Doisélles)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Divulgado o Line UP da SPFW


“Detalhes da SPFW de inverno 2013 finalmente divulgados”



            Olá leitores, se lembram de que há um tempo comentei da mudança de endereço temporária da SPFW, pois bem hoje foi divulgado o calendário que não terá mais três dias e sim quatro sendo que Reinaldo Lourenço fecha o evento com o seu desfile dia 1° de novembro, das marcas não participantes temos André Lima, Animale, Iódice, Neon, Juliana Jabour, Jefferson Kullig, Fernanda Yamamoto e Amapô. Sendo que Fernanda Yamamoto e Neon lançarão suas coleções em vídeo que será veiculado no site FFW durante o evento e Paula Raia promoverá uma apresentação de fotos e looks em sua boutique no 2° dia da SPFW, que será realizada em tendas como as apresentações do Cirque Du Soleil em São Paulo, Porém nem só de perdas vive essa edição da SPFW já que a Maria Garcia de Clô Orozco da Huis Clos volta a desfilar depois de algumas edições fora e participação no Fashion Day In da estação passada .Os cenários dessa edição serão feitos por Felipe Morozini agora é só aguardar, eu pretendo estar lá para contar tudo em primeira mão.

Agora o calendário de outubro ficou assim:

Segunda-feira (29.10)
12h Osklen
15h Têca por Hêlo Rocha
16h Ronaldo Fraga
17h30 FH por Fause Haten
19h Tufi Duek
20h Triton
21h Ellus

Terça-feira (30.10)
16h João Pimenta
17h30 Uma Raquel Davidowicz
19h Samuel Cirnansck
20h30 Lino Villaventura
21h30 Colcci

Quarta-feira (31.10)
11h30 Gloria Coelho
16h Alexandre Herchcovitch
17h30 Maria Garcia
19h R.Rosner
20h15 Vitorino Campos
21h30 Forum

Quinta-feira (01.11)
11h Reinaldo Lourenço

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Rich Outfit : Verão 2013


“August Sander inspira coleção”


            Como vocês meus leitores sabem, sou bem ponderado em postar coisas aqui.  Porém quando surge coisa interessante eu posto, é o caso de hoje que vou postar da coleção de verão da marca Rich Outfit do empresário Cesar Zanchet. Eu mesmo não conhecia a marca já que ela foi criada em 2011 depois que o empresário voltou de Londres,mas a proposta do ensaio de verão da marca e a silhueta projetada nas fotos são bem interessantes, a marca é uma alternativa aos homens da Sergio K, os homens da marca são mais básicos fogem um pouco daquela linha de faixas e brasões.


            Nesse verão a marca se inspirou no universo das lutas e no trabalho do fotógrafo alemão August Sander, dando um toque vintage nas fotos realizadas por Marcio Del Nero, além do styling de Thidy Alvis que acentuou o lado másculo dos modelos e destacou o movimento e silhueta da coleção.


        O interessante da marca é a aposta na silhueta tradicional, mas isso não quer dizer que a marca é para homens mais velhos, e sim que há uma aposta no clássico, para mim essa aposta é muito valida, pois serve de alternativa para o marasmo o qual a moda masculina se encontra atualmente. destaque também as camisetas de malha que seguem a mesma premissa de ser tradicional, porém não careta na medida para os homens modernos.


Rich Outfit: Alameda Lorena, 1975 - Jardins - São Paulo, SP 

(fotos: divulgação)


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SPECOERA: A Ética na Linguagem de Moda Online: Júlia Petit, Priscila Rezende, Cecília Lima e Liliane Ferrari


“Você é ético com seus amigos?”

            Olá gente, tudo bem com vocês? Faz tempo né que não passo por aqui desde quinta feira, mas chegamos a ultima mesa redonda que assisti do SPECOERA, essa mesa particularmente era a mais aguardada por mim já que teria presença da Blogueira Shame (Priscila Rezende), além das presenças de Júlia Petit, Liliane Ferrari e Cecília Lima que discutiram o tema de ética no jornalismo de moda digital.


            Antes de começar é importante uma explicação muita gente acha que ter blog é fácil é só colocar umas fotos bonitas e o blog está lindo, mas não é não se engana quem pensa que blog sem conteúdo sobrevive,sendo que esse conteúdo tem que ser ético e transparente, não podendo pegar fotos sem créditos entre outras coisas.

            Pois bem mediada por Chiara Gadaleta a mesa começou com ambas falando um pouco de quanto tempo tem seus blogs no ar, não parece mas o petiscos por exemplo está no ar desde 2008,  sendo que o blog mais antigo das participantes da mesa era o de Liliane que foi criado em 2003, interessante né? Pois parece que faz, mas tempo não é? Eu mesmo achei que era mais antigo. Posteriormente começou um debate sobre consciência coletiva é importante salientar que esse termo foi cunhado por uma blogueira para abafar o assunto sobre uma propaganda não explícita que na época apareceu em três sites na mesma semana, de acordo com a moça ela não sabia que as outras iam postar sobre o mesmo assunto dizendo que foi consciência coletiva, nessa discussão salientou-se um dado muito importante sobre quem faz o blog.

            Chegou a hora de o mercado entender que no blog é a pessoa falando e não um publicitário ou uma equipe e sim uma pessoa, esse tipo de contato tem um poder imenso já que propõe um testemunho mais próximo sobre o assunto, o leitor se identifica com esse testemunho humano e sem laços com o lucro, é diferentemente de uma propaganda da monange que estrela a Xuxa, pois nesse tipo já sabemos que é um comercial com o intuito de vender o produto, porém no blog são pessoas reais que dão testemunhos e opiniões sem interesse, é um pouco difícil de compreender, porém é verdade, foi ai que Liliane disse à frase que intitula essa matéria já que como ela criou o blog para os amigos ela não seria antiética com eles, portanto a ética nesse meio é primordial.


            Como o assunto rendeu uma discussão sobre publicidade e também sobre o comportamento dos blogueiros sobre o assunto, é importante entender duas coisas o anunciante ele não vai atrás de prestígio isto é por que ele vai investir em um grande blog se com o mesmo dinheiro pode haver investimentos na rede globo, ele vai atrás de conteúdo principalmente e respaldo de quem escreve por que ele sabe que o público que consome essa informação é bem informado e também formador de opinião, é ai que entra um dos principais defeitos das blogueiras que na vontade de formar parcerias e contatos vão à contramão do bom senso e dizem sim para tudo, nesse ponto todas entraram em consenso em afirmar que o NÃO é uma coisa boa pois permite que o blogueiro cresça em outros aspectos, atualmente um blogueiro que recusa anunciantes é mais valorizado pois tem critérios  e sabe aonde seu blog vai chegar.

            Acontece que esse fato de publicidade na web é algo recente, pois finalmente os anunciantes descobriram que esse veículo é barato e atinge um público diferenciado, mais formadores de opinião do que a televisão, por exemplo, mas ai entra um erro grande por ser barata muitos anunciantes inundam sites e mais sites com a mesma propaganda o que na internet é redundante, pois o público de um site é parecido ou as vezes o mesmo do outro tornando as propagandas iguais em ambos desnecessárias.

            Foi ai que surgiu um ponto muito destacado durante toda a discussão que é sobre o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação publicitária) e sobre a necessidade desse órgão independente criar uma cartilha sobre como agir com publicidade na internet, já são famosos os casos que Priscila Rezende coloca no blog de uma publicidade escondida na “dica de amiga”, portanto mais do que nunca é necessário que exista tal cartilha para uma internet mais transparente.

            Para quem acha que a publicidade não influência está enganado pois mais do que nunca isso influência e muito pois quem entra em blog como já disse acima procura um parecer sem compromisso de uma pessoa real e não uma publicidade enganosa, nesse ponto outro tema que surgiu é a necessidade dos donos de blog entenderem que na internet se você tem um blog automaticamente você torna-se dono de sua própria mídia e por essa razão tem que estar preparado para ouvir elogios e criticas, muitas blogueiras não gostam de críticas porem elas são necessárias para seu próprio crescimento.

            E já que se falou em crescimento, é importante salientar que os famosos “Page – views” que muitas pessoas colocam como um marco em seus blogs, muitas vezes não significa nada o que define se um blog é sucesso ou não é o engajamento se seu criador e principalmente a pesquisa em torno do tema tratado, pois ter um blog é ter principalmente um bom conteúdo.

Encerro aqui essa matéria com uma frase que Priscila Rezende comentou de autoria de Mario Mendes (editor de Artes e espetáculo da revista Veja e ex assistente de Regina Guerreiro)

            “Pessoa Burra não tem Humor, só gente inteligente detecta humor, gente burra leva tudo para o lado pessoal.”

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SPECOERA: Moda Pra Todos : Nana Caetano, Camila Yahn e André Do Val


“A Moda Vende Sonhos”

            Olá leitores, seguindo as palestras e discussões do SPECOERA, depois das oficinas e da mesa sobre demi couture, houve uma performance muito interessante para posteriormente iniciar a próxima mesa com o tema de “Moda Para Todos”, mediada por Chiara Gadaleta essa era a mesa que eu estava mais esperando, pois trataria de jornalismo de moda entre outras coisas.

            Como convidados estiveram presentes Nana Caetano editora de lifestyle da revista Vogue, André Do Val editor do portal Chic e Camila Yahn editora de conteúdo do portal FFW , inicialmente começou-se o debate falando muito de público alvo e de como esse publico se comportava acessando diversos sites e se eles se comunicavam, nesse momento Camila disse uma característica do FFW que é ser um site aberto cujo o conteúdo pode ser diversificado embora isso não quer dizer que o site não tenha o seu público específico. É desse trecho que surgiu uma discussão interessante sobre a imagem, como já falei aqui em outras ocasiões a imagética na área de moda é muito importante, porém como discutido nessa mesa ela não possui elasticidade para se adaptar ao diferente ao novo.


            Como o tema era Moda para todos e o evento além de falar de moda também trabalhava com o tema da sustentabilidade, houve a dúvida sobre o espaço da sustentabilidade em cada veículo e se de fato havia espaço na mídia de moda para tratar sobre o assunto, pelo menos o que se percebeu é que todos são unânimes nesse quesito que há sim abertura, porém faltam pessoas qualificadas para tratar desse assunto e a postagem só ocorre se for algo interessante. Posteriormente  ocorreu um fato bem interessante sobre para quem os sites falam , quem os acessa quais as características que os diferenciam de uma revista como a Vogue ou Elle, foi ai que eu pelo menos entendi algumas coisas sobre o Chic, André salientou em sua retórica que a linguagem do site não é feita para insiders isto é para o mundo da moda, isto ocorre por causa da alta visibilidade que Glória Kalil conseguiu através de suas aparições na TV e também pelo fato de que há uma preocupação muito forte com a inclusão de colocar o leitor no mesmo pensamento do jornalista que criou a matéria.

            Interessante não é? Porém nem sempre é assim uma das constatações que ocorreu nesse dia foi que a industria não olha para o diferente se ele não tiver uma voz econômica, em miúdos quer dizer que a TV,Jornal e revista só está olhando para a classe c pois ela pode consumir os produtos oferecidos. Após essa discussão sobre mídia on line  chegou-se a um ponto muito delicado sobre a mídia impressa e como ela inclui o todo na linguagem de moda, isso é muito curioso pelo menos na revista Vogue que segue a filosofia de vender sonhos, porém isso não quer dizer que a revista não se importe com os problemas sociais, para isso a revista assinou um termo de responsabilidade onde ela se compromete em divulgar os problemas particulares de cada país e também evitar colocar pessoas doentes ou menores de 16, esse termo foi assinado por todas as Vogues do mundo um exemplo é a Vogue china que vai lutar contra a obesidade, a americana contra a anorexia  e a brasileira contra os excessos de tudo.

            Isso é um início de uma discussão social que procura incluir todos em um só diálogo, uma discussão primordial sobre essa inclusão é sobre o que é beleza na Vogue pelo menos essa discussão vai um pouco além do físico já que a revista vende uma mulher impecável, porém sempre há tentativas de criar uma cara brasileira através das particularidades do país com exceção das capas internacionais a procura de uma mulher brasileira é constante nos corredores da Globo/Condé Nast.

            Durante um período acreditou-se que Gisele Bündchen era a beleza universal e que essa beleza a transformava em uma mulher que pode tudo, porém esse poder tudo não é comprar o item mais caro e sim poder tudo mesmo em todos os sentidos, que é uma das prerrogativas da publicação de que a mulher que consome Vogue pode tudo de fato. Ultimamente fala-se muito de espírito brasileiro o que facilita uma avaliação de nós mesmos, pois todos olham para nós como salientou Nana Caetano “Olhamos para gente quando o exterior também olha”.

            Atualmente a mídia impressa constatou que houve uma redução de espaço por causa da internet e sua facilidade de acesso a informação, isso é muito interessante pois mostra uma tendência do investimento ao jornalismo  para destacar, esse investimento vai contra um dos dogmas da mídia impressa principalmente em revistas onde só publicam o que for relevante, porém isso não quer dizer o impresso vai ser extinto já que muitos ainda procuram esse tipo de informação.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SPECOERA: Karla Girotto e Andréia Bisker


“O novo luxo não é status.”



            Olá leitores do blog, depois da coletiva com Chiara Gadaleta houve  um  brunch orgânico muito interessante, eu particularmente não sou adepto desse tipo de culinária mas me surpreendi com os itens disponíveis e também com o gosto pois a comida estava muito saborosa e nem parecia ser feita com produtos orgânicos.

            Posteriormente houve uma oficina de turbantes da qual não participei, porém pareceu ser bem divertida, depois houve a mesa redonda de Andréia Bisker do bureau de tendências WGSN e Karla Girotto falando sobre Demi Couture, novo luxo e tendências, eu não sabia do que se tratava mas o debate foi muito elucidativo acabei descobrindo que esse termo é um tipo de produção de roupas porém ao invés de ser totalmente tecnológica essa produção é um tipo de alta costura mas  engana-se quem pensa em vestidos de sonho caríssimos que só as celebridades utilizam. A demi couture tem o mesmo acabamento e cuidado, porém de um preço mais competitivo, essa tendência começou em 2005 pelas grifes europeias que deram a oportunidade para os clientes personalizarem as roupas sendo a Prada de Miuccia a 1 a oferecer esse tipo de serviço aos seus clientes.

             Na realidade esse demi couture que significa ½ costura nada mais é que um mecanismo de sobrevivência do mercado um mercado saturado e cansado dos sonhos mas isso não quer dizer que a indústria de luxo acabou e sim que ela mudou de conceitos, inclusive hoje em dia a localidade do produto ou seja a herança dele é definida como luxo sendo chamado de novo luxo, esse conceito inclusive vai contra alguns conceitos que a sociedade atual que espera ser tudo rápido esse excesso de rapidez tem se mostrado falho e ineficiente, como Karla Girotto bem definiu estamos repetindo modelos datados que se mostraram ineficientes em outros lugares.

            Essa repetição se mostra visível através das tendências  que se utilizam de dois meios de pesquisa intitulados de Bubble Up e Trickle Down, a primeira palavra define um movimento atual quando a rua chega a passarela e o segundo é o contrário quando a passarela dita a tendência. Essas palavras hoje estão meio confusas no panorama já que hoje em dia é mais comum a rua ditar o que a passarela irá mostrar e não ao contrário então o Bubble up é a maneira mais comum de se encontrar tendências.

            Esse assunto é bem interessante já que através desses tipos de Bureau é que podemos definir o que será usado na próxima estação e o que o público pensa, houve uma época que essa constatação acontecia de uma maneira mais lenta como exemplo das calças skinny que em 2004  começaram a ser usadas por um pequeno grupo de pessoas chamados de Early Adopters, posteriormente houve as Trendsetters no ano seguinte e por fim o mainstream a partir de 2007, essa descoberta de tendências era chamada de sistêmica pois era encontrada através de situações as quais acontecem espontaneamente, hoje em dia essas tendências estão mais randômicas isto é tudo ao mesmo tempo agora na perspectiva atual todos tem acesso a elas imediatamente, uma tendência não demora mais quatro anos para ser encontrada pelo público em geral como foi com as calças skinny.

            E a demi couture onde se insere nesse panorama, ela inseri-se quando se tem em mente que esse tipo de roupa é o ½ termo entre o sonho e o produto, ou seja, é um produto que pode ser lapidado para atender suas necessidades e anseios, esse atendimento provoca a personalização um evento muito  interessante pois a sociedade atual deseja uma assinatura porém não quer ser igual a um grupo de pessoas.

            A tendência hoje principalmente defende a atemporalidade, ou seja, o que é eterno prevalecerá então a demi couture está se tornando uma forte tendência, pois cada roupa por ser personalizada torna-se atemporal,  e essa personalização se torna um tipo de merecimento ao consumidor tornando-se o novo luxo que está mais conectado ao merecimento e não a status como o velho luxo. Um exemplo de uma marca que divulga seus produtos dessa maneira é a Hermès que divulga suas bolsas não como um produto a ser consumido imediatamente e sim um produto a ser desfrutado que merece atenção pelos mínimos detalhes e que também pode ser personalizado ao gosto de seu cliente.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SPECOERA: Chiara Gadaleta


“Chiara Gadaleta fala de moda, consumo e sustentabilidade.”


            Olá leitores do blog, tudo bem com vocês? Como vocês sabem sempre procuro atualizar o blog com coisas interessantes e bacanas. Vocês lembram que falei semana passada do evento da Chiara Gadaleta o SPECOERA? Então eu fui aos dois dias e participei das mesas redondas mais interessantes que falaram um pouco de tudo. Na sexta feira entre os convidados tivemos Nana Caetano da Vogue, André Do Val do Chic e Camila Yahn do FFW falando de moda para todos, Andréia Bisker do portal  de tendências WGSN além da estilista Karla Girotto e a própria Chiara.

            Mas começamos do início o evento abriu com uma sessão de meditação, isto é uma sessão de relaxamento entre outras coisas. Eu não estive nessa sessão cheguei ao meio dia para a coletiva de imprensa onde a própria Chiara Gadaleta explicou o conceito de seu evento. O que foi muito interessante, pois me ajudou a elucidar alguns pontos sobre esse tema de sustentabilidade e principalmente por que ela colocou a moda nesse evento. Entre os pontos elucidados por ela foi a falta de curiosidade do brasileiro, isto é o consumidor não se preocupa em saber de onde vem a matéria prima e principalmente como ela é feita se é sustentável ou não entre outros pontos.

            Outro destaque foi o assunto de velocidade, para ela o excesso de velocidade das coisas peca no quesito qualidade, já que com tanta pressa é quase impossível se esmerar nos detalhes necessários para criar um bom produto.  Outro ponto que pouca gente sabe inclusive eu é que um produto sustentável tem que ser por inteiro isto é seguir os preceitos desse tema, como valorizar o capital humano, evitar poluição de água entre outros itens.
            Chiara ainda disse que uma área que ainda não é totalmente sustentável é a de cosméticos os quais tem pouca oferta e uma distribuição reduzida para uma linha eco beauty. Encerrando por fim a coletiva ela ainda disse sobre o perfil do consumidor que procura os produtos eco friendly na Europa esse tipo de publico se reúne em uma associação chamada LOHAS (Lifestyles of Health and Sustainability), e inclusive essa associação desencadeou um movimento demográfico que tem o poder de provocar no mercado uma mudança de costumes criando um estilo de “novo capitalismo” calcado nos preceitos de mais demanda e consumo, porém um preço menor.

            Por fim ela salientou o principal nos produtos eco, que esse tipo de produto ou serviço tem que oferecer um algo mais para os consumidores e principalmente algo que justifique o preço mais elevado já que o consumidor na maioria das vezes não é tão consciente.