quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SPECOERA: Moda Pra Todos : Nana Caetano, Camila Yahn e André Do Val


“A Moda Vende Sonhos”

            Olá leitores, seguindo as palestras e discussões do SPECOERA, depois das oficinas e da mesa sobre demi couture, houve uma performance muito interessante para posteriormente iniciar a próxima mesa com o tema de “Moda Para Todos”, mediada por Chiara Gadaleta essa era a mesa que eu estava mais esperando, pois trataria de jornalismo de moda entre outras coisas.

            Como convidados estiveram presentes Nana Caetano editora de lifestyle da revista Vogue, André Do Val editor do portal Chic e Camila Yahn editora de conteúdo do portal FFW , inicialmente começou-se o debate falando muito de público alvo e de como esse publico se comportava acessando diversos sites e se eles se comunicavam, nesse momento Camila disse uma característica do FFW que é ser um site aberto cujo o conteúdo pode ser diversificado embora isso não quer dizer que o site não tenha o seu público específico. É desse trecho que surgiu uma discussão interessante sobre a imagem, como já falei aqui em outras ocasiões a imagética na área de moda é muito importante, porém como discutido nessa mesa ela não possui elasticidade para se adaptar ao diferente ao novo.


            Como o tema era Moda para todos e o evento além de falar de moda também trabalhava com o tema da sustentabilidade, houve a dúvida sobre o espaço da sustentabilidade em cada veículo e se de fato havia espaço na mídia de moda para tratar sobre o assunto, pelo menos o que se percebeu é que todos são unânimes nesse quesito que há sim abertura, porém faltam pessoas qualificadas para tratar desse assunto e a postagem só ocorre se for algo interessante. Posteriormente  ocorreu um fato bem interessante sobre para quem os sites falam , quem os acessa quais as características que os diferenciam de uma revista como a Vogue ou Elle, foi ai que eu pelo menos entendi algumas coisas sobre o Chic, André salientou em sua retórica que a linguagem do site não é feita para insiders isto é para o mundo da moda, isto ocorre por causa da alta visibilidade que Glória Kalil conseguiu através de suas aparições na TV e também pelo fato de que há uma preocupação muito forte com a inclusão de colocar o leitor no mesmo pensamento do jornalista que criou a matéria.

            Interessante não é? Porém nem sempre é assim uma das constatações que ocorreu nesse dia foi que a industria não olha para o diferente se ele não tiver uma voz econômica, em miúdos quer dizer que a TV,Jornal e revista só está olhando para a classe c pois ela pode consumir os produtos oferecidos. Após essa discussão sobre mídia on line  chegou-se a um ponto muito delicado sobre a mídia impressa e como ela inclui o todo na linguagem de moda, isso é muito curioso pelo menos na revista Vogue que segue a filosofia de vender sonhos, porém isso não quer dizer que a revista não se importe com os problemas sociais, para isso a revista assinou um termo de responsabilidade onde ela se compromete em divulgar os problemas particulares de cada país e também evitar colocar pessoas doentes ou menores de 16, esse termo foi assinado por todas as Vogues do mundo um exemplo é a Vogue china que vai lutar contra a obesidade, a americana contra a anorexia  e a brasileira contra os excessos de tudo.

            Isso é um início de uma discussão social que procura incluir todos em um só diálogo, uma discussão primordial sobre essa inclusão é sobre o que é beleza na Vogue pelo menos essa discussão vai um pouco além do físico já que a revista vende uma mulher impecável, porém sempre há tentativas de criar uma cara brasileira através das particularidades do país com exceção das capas internacionais a procura de uma mulher brasileira é constante nos corredores da Globo/Condé Nast.

            Durante um período acreditou-se que Gisele Bündchen era a beleza universal e que essa beleza a transformava em uma mulher que pode tudo, porém esse poder tudo não é comprar o item mais caro e sim poder tudo mesmo em todos os sentidos, que é uma das prerrogativas da publicação de que a mulher que consome Vogue pode tudo de fato. Ultimamente fala-se muito de espírito brasileiro o que facilita uma avaliação de nós mesmos, pois todos olham para nós como salientou Nana Caetano “Olhamos para gente quando o exterior também olha”.

            Atualmente a mídia impressa constatou que houve uma redução de espaço por causa da internet e sua facilidade de acesso a informação, isso é muito interessante pois mostra uma tendência do investimento ao jornalismo  para destacar, esse investimento vai contra um dos dogmas da mídia impressa principalmente em revistas onde só publicam o que for relevante, porém isso não quer dizer o impresso vai ser extinto já que muitos ainda procuram esse tipo de informação.


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