quarta-feira, 31 de julho de 2013

Calvin Klein Collection: 10 anos de Francisco Costa

Estilista brasileiro comemora 10 anos a frente de ícone da moda americana

Diane Von Furstenberg e Francisco Costa
            Que a moda brasileira se tornou um cartão de visitas é um fato notável, porém poucos estilistas são tão conhecidos como Francisco Costa que há 10 anos está ocupando a cadeira de estilista da Calvin Klein. Desde 2003 depois que Calvin se desligou da criação de sua linha feminina, o brasileiro com passagens pela Oscar de La Renta e Tom Ford foi o escolhido para criar a nova mulher da Calvin Klein Collection.

2005 - 1° Coleção

            Embora com um novo estilista não houve uma alteração completa na mulher da marca, desde  sua primeira coleção em 2005 Francisco criou um minimalismo cool e chic que é a marca registrada da Calvin Klein além de se utilizar de cores neutras como beges e cinzas, exceção para um vestido rosa brilhante que na época foi muito aplaudido. Entretanto o DNA da marca continuava o mesmo, porém só isso não era suficiente para esse rapaz que no mesmo ano vestiu a top Elle McPherson para o MET Gala ela foi eleita na época a mais bem vestida do evento combinando um vestido verde brilhante com rasteirinhas.

Elle McPherson no MET Gala

            Com uma carreira de sucesso na Calvin Klein que chamou atenção de Wanessa Camargo que se casou com um vestido de Francisco e de pessoas conhecidas como Gwyneth Paltrow, Cristina Ricci, Diane Von Furstenberg o estilista foi convidado a colaborar como a Macy’s que em 2012 homenageou o Brasil, a coleção dele para a gigante norte americana recebeu um destaque enorme já que ele trabalhou o minimalismo em novas silhuetas e cortes criando um produto novo e acessível o que tornou o design de Francisco Costa conhecido por outros públicos. além disso ele também colaborou para a exposição MOVE de David Colman e Cecilia Dean que esteve no SESC Belenzinho em 2013, na exposição ele colaborou com o artista plástico Vik Muniz criando uma instalação exclusiva para a edição brasileira da exposição.

Cristina Ricci  e Wanessa, vestidos similares mas não iguais

            Para comemorar essa data será organizada na Mercedes-Benz Fashion Week uma grande festa posterior ao desfile de primavera no Spring Studios em TriBeCa, será a 1° vez que a marca não apresentará seu desfile em sua sede oficial. Nesse ano também será lançado o perfume Downtown Calvin Klein que tem Rooney Mara como garota propaganda.


(fotos retiradas de M de Mulher)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Uma nova Lady Gaga?

“Eu acho que agora é sobre deixar um pouco disso ir embora e focar na música”

Page-1

            Para quem já observou a carreira de Lady Gaga seu próximo cd será uma grande mudança, depois de trabalhos carregados de simbolismo e referências “Born This Way e The Fame” a cantora volta agora renovada, ontem foi revelada a capa de seu novo single “Applause” se esperavam uma capa dark e carregada não foi isso que encontraram.

            Pintada como um pierrot decadente a cantora pela 1° vez aparece como ela mesma em um trabalho, a foto tirada pela dupla Inez van Lamsweerde & Vinoodh Matadin  representa uma mudança no estilo da cantora, essa nova Lady Gaga já havia sido publicada na V Magazine onde ela posou nua para os mesmos fotógrafos. Nessa era a intérprete pretende realizar parcerias com artistas plásticos como Marina Abramovic e Jeff Koons fazendo uma “arte Popular” que inclusive é o nome de seu novo cd com lançamento previsto para esse ano.

Lady-gaga-tech-v


            Mas toda essa nudez de Lady Gaga é puramente metafórica se por um lado ela vai se dedicar mais a música, por outro continuará sendo um ícone de moda para os designers.  Não é a toa que na capa de seu novo single ela usa um casaco de Gareth Pugh que já havia colaborado anteriormente com a artista, além do estilista Gaga usará Balenciaga, Versace, Armani, Yves Saint Laurent Paris e Mila Schõn que criará o figurino para o vídeo de Applause.


            Brandon Maxwell da Haus Of Gaga afirmou ao WWD sobre a nova Lady Gaga e também  sobre o vídeo de Applause “Eu acho que agora é sobre deixar um pouco disso ir embora e focar na música porque agora ela está tão confortável em ficar nua e ser quem ela é...O mundo já viu tudo...Também estamos fazendo ternos de coisas que eles normalmente não são feitos, como plástico. mas eles são bem ajustados e clean. Talvez ela possa usar um macacão simples e algo envolvendo a cabeça como aqui [a capa do single], mas nós meio que deixamos a loucura para o rosto”. Agora resta saber se toda essa “nudez” de Gaga será verdadeira ou não, já que a cantora canta seu novo single no próximo VMA e também lança o disco no dia 11 de novembro, agora só resta aguardar. 


Lady-gaga-mascara

(fotos retiradas de CHIC

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Sensualidade Religiosa no inverno de Dolce & Gabbana

Domenico Dolce e Stefano Gabbana misturam religião e moda


            Que a moda e religião sempre dialogaram não é segredo para ninguém, seja em imagens ou referências o sagrado sempre esteve ligado ao vestir, isso vem desde silhuetas ou gola. Seguindo esse preceito a italiana Dolce & Gabbana foi além, usando Monica Belluci como musa a dupla fotografou sua campanha de inverno em uma locação que remete a um seminário, não é a toa que Monica aparece cercada de modelos que se assemelham a jovens padres.


            A marca ainda vai além mostrando uma sensualidade recatada o que difere das campanhas anteriores, prestando atenção nos detalhes da campanha se percebe que a marca explorou pontos até então escondidos através das cores e estampas, em algumas fotos o ponto de cor não está em Monica Belluci e sim ao fundo. Esse uso dá outra ideia a campanha e também a marca já que não é uma sensualidade exagerada e óbvia.

  

            Para quem conhece o trabalho dos designers entende que essa campanha na verdade é apenas uma releitura das raízes italianas onde o catolicismo é muito forte, portanto a ideia de “transgredir” as regras sacras da igreja é muito fascinante e sedutora. Esse conceito também surgiu no desfile da marca onde houve uma exploração de imagens sacras e o uso dourado nos remetendo ao período barroco, descobri que a inspiração da coleção foi justamente uma catedral localizada na Sicília terra de Domenico Dolce.

   



            Dessa catedral os designers retiraram cruzes ornamentadas que foram utilizadas como acessórios lembrando os anos 80, as silhuetas com um toque anos 60 e extremamente ornamentadas como se fossem azulejos ou vitrais o que de fato inspirou os estilistas, a cor vermelha também apareceu no desfile principalmente em vestidos de festa, já que embora uma cor sagrada para a religião à cor também remete a sensualidade principalmente em vestidos como os que foram apresentados que além da cor também tinham renda criando uma sensualidade recatada. E por fim o dourado uma cor chave nessa coleção da dupla, aparecendo em diversos looks destaque para um composto de top “corselet” e saia ornamentada remetendo a uma rainha transgressora assim como Domenico Dolce e Stefano Gabbana. 


(Fotos retiradas de Lilian Pacce, The Sartorialist e Red King)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Sandra Kanayama une refinamento e contemporaneidade

          O Refinamento Brasileiro na Europa


            Como vocês já devem ter percebido nesse um ano e meio de blog, uma coisa que adoro é conhecer novos designers ou marcas já que isso contribui para meu crescimento e o de vocês também sugerindo outro diálogo e outra visão do mundo da moda.

            E foi exatamente isso que aconteceu ontem na apresentação da coleção de Sandra Kanayama, vou falar da coleção em outro post, mas garanto que ela está bárbara, eu tive uma grata surpresa durante o lançamento por descobrir que a estilista era 100% brasileira, seguindo um caminho parecido com o de Daniella da Issa London, Sandra foi a Europa estudar no Istituto Marangoni de Milão, embora fosse formada em direito no Brasil, uma vez na Itália acabou fixando residência e lançando sua marca.



            Poderia ser um trabalho previsível com estamparias e cores “brasileiras”, mas Sandra depois de trabalhar no showroom da Max Mara e em outras marcas locais, resolveu trazer toda a elegância e expertise adquirida para criar uma linha contemporânea e acima de tudo sofisticada, fiquei lindamente impressionado com a precisão de acabamentos e principalmente a qualidade dos materiais que ela utiliza.



Ênfase para o laboratório de criação da estilista que é o mesmo que constrói as peças das mais tradicionais casas europeias entre elas estão Chanel e Christian Dior, se fosse comparar sua linha de criação com algum estilista nacional diria que ela é um híbrido entre Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho dois estilistas que fazem o clássico com refinamento tal qual Sandra Kanayama. Ontem a designer mostrou o seu verão 2014 além de exibir sua coleção capsula e uma série de casacos em cores neutras como preto, azul e vermelho, o mais interessante é que a estilista só tem dois pontos de venda no país um em Curitiba e outro em São Paulo, portanto se você gosta de um bom material e design fique ligado e guarde esse nome.


(Fotos da coleção inverno 2013 retiradas de Lilian Pacce)

domingo, 21 de julho de 2013

Issa London Para C&A

Daniella Helayel recria a bossa britânica para C&A




            As parcerias entre as grandes lojas de departamentos e estilistas, não são novidade para ninguém esse tipo de parceria já teve diversos nomes envolvidos como: Kate Moss, Madonna, Stella McCartney, Anne Fontaine, Karl Lagerfeld, Isabel Marant e Martin Margiela só para citar alguns. É exatamente um projeto nesses termos que está nas araras da C&A a única diferença é que a marca é de uma brasileira a carioca Daniela Helayel.

            Agora fica a dúvida, por que uma carioca vai recriar a bossa britânica? Acontece que a marca dela chamada Issa London é uma das mais famosas na Europa sendo utilizada por Sofia Vergara, Madonna, Kate Middelton e aparecendo em editoriais da Vogue inglesa, Glamour japonesa, Financial Times de Londres entre tantas outras páginas de moda. Portanto nada mais natural que a C&A se una a uma estilista talentosa e a reapresente ao Brasil, já que Daniella está fora do país a 22 anos e morando em Londres a exatos 13 anos.





            Batizada de Cool Britannia a coleção além de ser um marco para a estilista, fecha com chave de ouro a participação dela na marca já que Daniella anunciou esse ano seu desligamento da marca após a venda de 51% para Camilla Al Fayed que ampliará a etiqueta globalmente, inclusive com a abertura de uma Issa aqui no Brasil. Com um nome desses de coleção vocês podem esperar tudo que remeta a Inglaterra e seu lado moderno e descolado.

            Na realidade eu estive presente em uma loja da C&A esse fim de semana e na minha modesta opinião é uma das melhores coleções já lançadas em parceria, a estilista se baseou em ícones britânicos para criar uma série de roupas modernas e principalmente conectadas com a mulher brasileira, além de desconstruir os ícones como a guarda real e o chá das cinco a estilista em entrevista a Lilian Pacce disse que revisitou seu acervo reeditando os modelos com a equipe da C&A com a intenção de criar uma uniformidade para a coleção já que a estamparia é 100% nova. Destaque para a cartela de cores que tem azul, vermelho, branco tal qual a bandeira do reino unido que inclusive virou motivo para uma bolsa, se olhamos de longe ela também remete ao épico vestido de Geri Halliwell no período áureo das Spice Girls.



            Embora eu tenha lido em alguns lugares que a coleção tem alguns problemas de modelagem e tecido, isso não aparece visualmente. Na minha modesta opinião Daniella conseguiu traduzir o lado descolado do Reino Unido e adicionar uma bossa carioca incrível, criando uma silhueta atemporal e além de tudo carregada de simbolismo e identidade, tal qual a cliente Issa London e também C&A já que essa coleção evidentemente traduz o estilo de ambas.


(Fotos retiradas de Lilian Pacce e Blog Vista C&A)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Um Mergulho na Moda Praia Carioca

A Modernidade carioca invade as livrarias.



            Algumas vezes aqui no blog já dei indicações literárias, eu particularmente adoro livros que contem um pouco da história da moda principalmente aqui no Brasil, já que Chanel, Dior e Versace já têm suas próprias biografias que inclusive de tempos em tempos são relançadas com dados novos ou outros enfoques.  No Brasil esse tipo de livro ainda não é muito comum embora a editora Cosac Naify de Charles Cosac e Michael Naify tenha lançado há certo tempo a coleção Moda Brasileira em 2 boxes com alguns estilistas como André Lima, Gloria Coelho, Alexandre Herchcovitch e Paulo Borges tenha feito um estudo amplo na coleção O Brasil Na Moda.





      
      Porém mesmo assim ainda são poucos livros que tratam sobre o tema, para diminuir a escassez de bibliografia será lançado em Miami durante a Mercedes-Benz Fashion Week Swim com apoio da ABEST e outros órgãos apoiadores da moda brasileira o livro Um Mergulho no Rio, que propõe realmente uma imersão na cidade maravilhosa, com destaque para a moda praia tão conhecida internacionalmente o livro além de fotos contém textos de Ruy Castro, Flávia Quaresma, Verena Andreatta, Maria Pace, Fernanda Lo Bianco, Maurício Lissovsky só para citar alguns.

            A escolha de MIAMI para o lançamento foi providencial já que durante o evento algumas marcas brasileiras estarão participando da Miami Swim Show & Lingerie Show destaque para Adriana Degreas, Lenny Niemeyer, Jo De Mer de Amália Spinardi, Poko Pano, Movimento de Tininha da Fonte, Clube Bossa, Cia Maritima de Benny Rosset, Água de Coco by Liana Thomaz e Amir Slama só para citar as mais conhecidas.


            E como o Rio é conhecido pela moda praia, nada melhor que lançá-lo durante um evento voltado a esses consumidores não é?

(Fotos Retiradas de Catraca Livre)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Quanto Vale uma Editora de Moda?

Há função para as editoras de moda no mercado atual?


            Hoje é um daqueles dias que os assuntos estão raros ou eu que sou muito chato para caçar uma pauta, porém vendo em retrospecto vi que nunca abordei aqui o papel da editora de moda, isto é em um mundo cada vez mais pasteurizado e hipertextualizado, qual a função da editora de moda? Será que ainda há a necessidade de uma pessoa ver todos os desfiles e expor suas opiniões para o mundo através das revistas especializadas?

            Isso vai de encontro a uma das mesas que assisti no Youpix, onde se comentaram da necessidade do respaldo, isso é de um veículo “legalizar” aquele conteúdo para o público leigo, isso na área de moda acontece através das editoras como Maria Prata, Susana Barbosa e Daniela Falcão que hoje são tratadas como ícones de moda e trendsetters já que viajam sempre para acompanhar as tendências de moda no mundo todo.


            Seria ótimo se não houvesse outras maneiras de se “legalizar” o conteúdo, um exemplo clássico é o Blog que propõe uma reflexão mais próxima do consumidor final, ou seja, sem tanta interferência de publicidade. Embora o mercado de blogs esteja cada vez mais profissional com a existência de projetos calcados em uma editoria cada vez mais parecida com as revistas impressas, porém a plataforma é diferenciada e exclui a necessidade da editora já que a comunicação permite que o leitor seja o curador de seu próprio estilo não havendo a necessidade de um grande veículo como ocorria anteriormente.


            Portanto a função “editora” de moda está cada vez mais em vias de extinção, já que hoje não há mais o modelo vertical de divulgação e sim um modelo horizontal, tanto que a minha opinião vale o mesmo de uma grande editora. É óbvio que minha visão não será vendida em bancas, mas garanto que será menos influenciada pela publicidade excessiva que hoje invade sem dó as revistas de moda, tornando cada editorial uma carta de apresentação de seus produtos. Não é  por caso que os sites estão refrescando a comunicação de moda através de conteúdo, extinguindo a careta função de "editora de moda" e transformando-a numa emissora de informação para a área de moda.


terça-feira, 16 de julho de 2013

As Mil Faces de Kate Moss

Mesclando urbanidade e elegância Kate Moss ainda dita moda


            Esse post nasceu depois de minha visita diária ao site da Julia Petit, no site havia uma nota sobre a filha Lila Grace que é uma fã ardorosa de O Diabo Veste Prada filme que apresentou a temida editora da Vogue Anna Wintour  ao mundo. Foi ai que percebi que nunca falei de Kate Moss aqui no blog, para quem não sabe ela para mim é um ícone de estilo incomparável, durante a faculdade comprei várias revistas internacionais onde ela esteve na capa.

            O que mais se destaca na minha visão é a incrível capacidade que Kate tem para se reinventar, já foi uma jovem anoréxica para Calvin Klein, rica moderna para a brasileira H.Stern e descolada pop assinando uma coleção para a TOPSHOP. Com 30 anos e uma carreira invejável Kate ainda é uma das modelos mais conhecidas no mesmo patamar da brasileira Gisele Bundchen, embora com um currículo cheio de altos e baixos ela se manteve intacta e cada vez mais respeitada na indústria da moda.


            Não é a toa que quando saíram fotos dela cheirando cocaína em companhia do roqueiro Pete Doherty (The Libertines) a indústria da moda ficou a favor da modelo, diversos figurões se posicionaram a favor dela o posicionamento mais impactante foi a do falecido Alexander McQueen que no fim de seu desfile apareceu usando uma camiseta com a frase “We Love Kate Moss”, além dele a top Naomi Campbell e Helena Christensen se posicionaram a favor dela. Essas fotos seriam o fim de uma carreira brilhante, mas no caso de Kate Moss isso não aconteceu reinventando-se não só na moda mais como ícone ela soube manter-se em evidência tanto participando de vídeo clipes como os das bandas The White Stripes, Primal Scream quanto colaborando com artistas plásticos, porém engana-se quem pensa que ela manteve-se fora da moda nesse período já que Christian Dior manteve Kate como divulgadora de seus produtos no período, além de a revista americana W destinar a capa e um ensaio exclusivo para ela. 


            Por essas e outras admiro a trintona Kate Moss, que tem uma capacidade incrível de reinvenção se tornando uma nova modelo a cada estação, a mesma que hoje enfeita revistas tão díspares como a Vogue Brasil, China, Itália e também a W, Visionaire e Vanity Fair só para citar as mais conhecidas, já que além de revistas Kate fez campanhas para Dior, Chanel, Burberry, H.Stern, Forum, Isabel Marant entre tantas outras. Com um currículo desses é admirar e aplaudir que mesmo com tantas reviravoltas Kate ainda se mantém como trendsetter. Inclusive não se pode esquecer que muitas tendências começaram por causa dela como os jeans skinny e também o hábito de misturar peças caras (Hi) com baratas (Low), portanto não é errado afirmar que Kate fez seguramente a travessia de modelo para ícone de estilo inspirando mulheres do mundo todo.


(fotos retiradas do Models.com)

Os Dois Lados da Ambição Loira

O Feminismo de Madonna

   

            Como vocês já devem ter percebido, de tempos em tempos escrevo sobre figurinos aqui no blog, hoje a análise será sobre os criados por Jean Paul Gaultier e Marlene Stewart para Madonna na Blond Ambition tour de 1990. Pode parecer estranho retroceder ao final da década de 80 para falar de figurinos, sendo que Lady Gaga faz algo parecido hoje em dia em parceria com Nicola Formichetti, só que nenhum figurino de Stefani Germanotta atualmente foi tão impactante quanto os criados pela dupla de estilistas em 1990. 

            Mas antes voltaremos no tempo, os figurinos traziam quereres e por que não anseios de Madonna que nesse período estava com dois álbums importantes no mercado: Like a Prayer onde ela retratava seu lado adulto e confessional e I'm Breathless onde ela encarnava a cantora do filme Dick Tracy onde a mesma havia atuado. Então os figurinos querendo ou não retratavam esses dois lados da mesma cantora o confessional e adulto através dos corselets de cone que Madonna utilizou em Like a Virgin e o divertido através dos looks utilizados em Cherish, Into The Groove e Material Girl.



            Porém como isso foi contado no palco? É importante lembrar que a cantora estabeleceu um show dividido em blocos como as peças de teatro, portanto os figurinos tinham que acompanhar esse “setlist” dividido em cinco blocos. O 1° retravava o lado masculino e poderoso Madonna utilizando-se de um corselet bege apresentava-se como a rainha de uma indústria nesse bloco inspirado livremente na obra cinematográfica de Fritz Lang “Metropolis” que inspirou também seu clipe Express Yourself, esse bloco destacava o poder feminino irrestritamente tal qual uma feminista a procura de seus direitos a cantora utilizava um terno estilizado zombando do guarda roupa e principalmente do falo masculino, o figurino atingia esses propósitos além de exibir uma Madonna malhada e principalmente consciente de suas potencialidades no palco, não é a toa que nesse bloco também aparecia uma artista zombeteira e polêmica na mesma equivalência dos homens nas canções Causing a Commotion e Where’s a Party.


            Depois o lado adulto da cantora aparece de duas maneiras, primeiro em Like a Virgin a canção onde ela aparecia vestida de corselet dourado em cima de uma cama escarlate acompanhada de dois bailarinos eunucos, nessa canção era como se a Madonna masculinizada e feminista demonstrasse que no fundo ainda continuava sendo uma mulher e que por isso ela precisava se descobrir intimamente através do toque, na época essa performance foi muito criticada. Porém vendo agora ela é menos ofensiva que um moedor de carne em pleno palco não acha? O figurino também criação de Gaultier ressaltava exatamente essa questão sobre a feminilidade da cantora principalmente pelo uso de dourado e também por não ser tão cavado como o do 1° bloco do show o que escondia em termos a calcinha da interprete. Após essa canção o palco se transforma em uma igreja, pegando elementos explorados no clipe de Like a Prayer a cantora começa a se confessar já que se sente “culpada” pela descoberta de Like a Virgin, essa culpa se reflete no figurino negro colocado sobre o corselet dourado.


            Como uma freira moderna ela confessa seus pecados as estâncias superiores com Like a Prayer onde no fim da canção há quase um “exorcismo”, na realidade os figurinos desse bloco também criados por Jean Paul e Marlene evocavam exatamente a penitência e a religiosidade que sempre esteve nos trabalhos de Madonna, é interessante analisar que mesmo de preto ainda há uma sensualidade submissa principalmente em Papa Don’t Preach onde a cantora se apresenta com uma capa “transparente” preta mostrando que mesmo exorcizada não se culpava por ter se tocado e se sentido “virgem” como a 1° vez.

        Ainda há três blocos do show, porém esses dois primeiros já trazem elementos que seriam utilizados em outros trabalhos da cantora, por essa razão achei importante realizar a análise dessas duas partes do show somente.


(fotos e croquis retirados de Mad Eyes)